sábado, 28 de março de 2009

Professores do estado seguem em greve; secretário vai cortar ponto

Os professores da rede estadual decidiram pela continuidade da greve, em assembléia realizada na manhã de hoje. Ainda à tarde, o secretário estadual de educação Ruy Pereira, fez um apelo ao movimento grevista para que retornem às salas de aula e anunciou que o governo irá cortar o ponto dos professores a partir de terça-feira. Em coletiva à imprensa, Ruy Pereira afirmou que ``o governo tem a obrigação constitucional de garantir as aulas para os alunos. Tomaremos todas as medidas necessárias para garantir o retorno das aulas. Os alunos querem aulas. O governo atendeu a reivindicações do sindicato no que pôde e agora é mais do que justo que se atenda a vontade dos estudantes''. Segundo Ruy Pereira, aproximadamente 200 escolas estaduais estão completamente fechadas e outras 250 estão com atividades parcialmente paralisadas. ``De alguma forma a greve mexe muito com a vida dos estudantes''. Ao todo, a rede estadual de ensino possui 330 mil alunos e 30.450 educadores, distribuídos em 750 escolas. De acordo com Ruy Pereira, o governo do estado não tem condições financeiras para avançar nas negociações. Segundo ele, as concessões feitas até o momento aos professores representam um acréscimo de R$ 2,731 milhões na folha de pagamento. ``Os professores tiveram um aumento significativo em seis anos. Em 2003 a folha da educação era de R$ 18 milhões e agora em abril ela será de R$ 53,731 milhões''. O secretário lembrou que o governo est negociando com o movimento grevista desde fevereiro e que a proposta feita pela secretaria atendeu uma reivindicação histórica do movimento. ``Iremos implantar a partir de abril a ascensão vertical e horizontal, algo que era pedido desde 1994. Isso consolida o plano de cargos e carreiras. Também iremos pagar o passivo referente a ascensão vertical que é de R$ 10 milhões, a ser pago em 24 parcelas, a partir de abril. Adiantamos uma letra, a partir de 2006, o que beneficiou todos os professores. Ou seja, negociamos até onde pudemos''.
SINTE De acordo com a coordenadora do Sinte, Fátima Cardoso, a adesão à greve estadual é de 85% dos professores do quadro. Ela afirma que embora os deputados Fátima Bezera e Fernando Mineiro estejam atuando como mediadores, há mais de uma semana não há avanço nas negociações. Segundo Fátima Cardoso, o principal entrave nas negociações é que a proposta apresentada pelo governo até o momento não contempla os professores aposentados, nem os funcionários. ``A governadora Wilma de Faria se nega a discutir qualquer proposta de valorização de seus funcionários. O governo alega que não há condições financeiras, mas os gastos com cargos comissionados, terceirizados e diárias em viagens não são divulgados''.

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